Os vencedores: personagens, marketing e sons que já ouvimos
A década que agora chega ao fim, foi marcada por um conjunto de personagens icónicas que venceram o concurso com a ajuda, maior ou menor, da promoção que tiveram. Lena, Conchita, Salvador e Netta foram os quatro protagonistas que para além do seu talento, conseguiram cativar pela sua figura singular.
Em sintonia com a época em que vivemos atualmente, repleta de mediatismo e marcada pelo poder da comunicação, existiram canções vencedoras “acusadas” de plágio, mas antes de mais, evidenciadas pelo carisma dos seus intérpretes. Arcade, Heroes e Toy, fizeram lembrar outras canções, bem conhecidas de quem está mais atento à música que se ouve nas rádios. A canção israelita, até teve que deixar incluir outro compositor entre os seus autores, para impedir que a polémica se agravasse.
As cidades e as Arenas
Ao longo desta década, as cidades anfitriãs estiveram espalhadas por todos os pontos da Europa e as arenas tiveram que se adaptar à, cada vez maior, procura de bilhetes. Os preços das entradas também foram cada vez mais altos. Em 2010 um bilhete para a final poderia custar quase 200 Euros e em Israel ou na Ucrânia, esse valor duplicaria.
Quase chegaram à final
Nesta última década ficou claro que as duas semifinais eram necessárias para permitir a classificação de tantos países (o maior número foi registado com 43 em Lisboa e Dusseldorf). Mas ainda assim, algumas injustiças foram cometidas e muitas canções ficaram pelo caminho. Com apenas um ponto de diferença em relação ao último apurado, Glen Vella (Malta) e os Witloof Baby (Bélgica) não conseguiram ir à final em 2011. O mesmo aconteceu com Suzy e o popular Eu quero se tua, em 2014, ou em 2019 com a Lituânia. Mas maior frustração terá sentido Sofi Marinova em 2012, que empatou em 10.º lugar e ficou à porta da final. Foi necessário recorrer ao país com mais 8 pontos atribuídos, nesse caso, a Noruega. Malta, Sérvia e Lituânia repetiram, nestes últimos dois anos, o 11.º lugar numa semifinal.
As participações de Portugal
Portugal esteve ausente do Festival em 2013 e em 2016. Muitas foram as críticas nesses anos, mas maior foi a alegria com a vitória obtida em 2017. Das 7 participações obtidas, apenas 2 nos levaram à final, Filipa Azevedo em 2010 e Salvador em 2017. A vitória garantiu a presença de Claúdia Pascoal e de Isaura na final de 2018, embora tenhamos ficado muito longe da dobradinha esperada, pois o resultado foi mesmo o último lugar. Feitas as contas, não temos muitos motivos para estar alegres e se participar é importante, a obtenção de melhores lugares ainda o é mais, especialmente porque já sentimos o sabor do orgulho máximo.
O nosso ESC
Cinquenta e quatro anos depois, Lisboa finalmente recebeu o Festival Eurovisão da Canção. O momento era ansiosamente aguardado pelos fãs, mas mesmo aqueles que não acompanhavam habitualmente o Festival encheram-se de orgulho e foram os melhores anfitriões. A cidade organizou-se para receber os cerca de 30 mil visitantes e não ficou aquém das expectativas. Um empreendimento ímpar no contexto português e com um período de preparação muito reduzido, reuniu um total de 900 profissionais e um conjunto de estruturas desde a Câmara Municipal de Lisboa, às forças de segurança ou o Turismo de Portugal. Com esta organização, a RTP foi distinguida pela EBU como a melhor organização e produção de sempre, bem como a distinção com o prémio ouro na categoria Projecto Integrado/Evento nos Prémios Criatividade de Meios & Publicidade.
Este especial, pode ser lido na íntegra na revista da OGAE Portugal, que brevemente chegará a todos os associados que ainda não a têm.